sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Eu te aceito.

Eu sei que ele vai embora
Mais cedo ou mais tarde
Talvez, seja eu quem vá
Não sei muito bem

Ele me atordoa
Diz que me quer também
Sempre, pra sempre
Mas não pode

Pior pra mim, ele sabe
Meu corpo ainda é tão novo
Mesmo que ele o tenha enveredado tantas vezes
O dele já é tão marcado
Tão perto, tão distante

Esse cheiro de cigarro barato
Que me contamina e destrói
Essa coisa que eu sinto que não se explica
É estranho, estranho

Esse cabelo fora de moda
Essas roupas tão sem graça
Mas eu não me canso de bangunçá-los
Não! Não me canso de tirá-las

Eu estou doente, doente, homem!
Doente, louca, senil!
Os teus anos não lhe trouxeram sabedoria
Você mal sabe como será os meus próximos!

Estou doente, perturbada, apaixonada!
Será que isso é amor mesmo?
Não falo de ti
Escondo você em mim
Mas eu te aceito na minha cama
Te aceito em meus pensamentos
Mas quem fora de mim
vai aceitar nós dois?

Falo baixinho teu nome
Enquanto minhas lágrimas caem
Lavam os lençóis, a fronha, a cama
Onde você esteve horas atrás

Horas atrás
Já faz tanto tempo...
Talvez fosse bom que não existisse o tempo.

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