sexta-feira, 20 de março de 2009

Fim?

Um dia desses, eu estava conversando com o Victor, sobre problemas e angústias da adolescência e da vida adulta. Eu acho que falei algo que ele não compreendeu (será que entenderá agora?) sobre como encaramos os problemas. Não me lembro exatamente o que era, mas o que eu quero dizer é o seguinte: há um sentimento de leveza quando, voltamos a pensar em alguma situação que não foi de todo agradável. Com certeza absoluta não disse nada novo, mas só cada um sabe e sente de um jeito único todas as suas experiências. E a cada vez que eu penso: “O que aquilo deixou para mim? Mas será que aprendi mesmo? Nossa! Ocupei dias pensando somente naquilo (sem trocadilhos) e agora penso diferente e sobre muitas outras coisas”. Eu me sinto, no mínimo, estranha. Voltaremos a isso logo.
Hoje, enquanto almoçava, tocava no rádio Ana Carolina. A música era “O Avesso dos Ponteiros” e há uma parte assim: “aí começo a pensar que nada tem fim...” Letra de música não define nada, é a visão de um artista, mas eu fiquei refletindo sobre essa frase e pensei: “As coisas tem realmente um fim?”. A isso juntei mais duas coisas:
- cena de “Divã”: Mercedes diz ao ex-marido que o casal que eles foram um dia nunca vai deixar de ser.
- Marina em 2008: é ainda com enorme felicidade que eu lembro dos meus momentos com Mayra e Roberta. Não houve nenhuma ruptura tremenda, mas há de se considerar a distância e outras tantas atividades que cada uma foi se ocupar em separado.
Será que minha prolixidade está tão afinada, que estou dando essa volta toda para dizer que o que somos hoje é conseqüência do que nos aconteceu no passado? É por aí...
É como se cada coisa pudesse ser revivida, assim que nos lembramos dela. Tudo ainda é, porque de alguma forma nunca deixou e nunca vai deixar de existir. Só escolheu uma das inúmeras formas que poderia ter seguido. Eu acho um deboche quando vejo “The End” nos filmes! Essa é a maior mentira do cinema, porque quando eu acabo de ver o filme, vou falar, escrever, desenhar sobre o filme. Nada fica 100% no passado (infelizmente ou não), uma coisa pode ser considerada morta e enterrada, mas do nada pode voltar e trazer ou não, muita confusão. Ou não volta mesmo, nem vale a pena ser remexida por não ter mais nada a ver com a “realidade”. Afinal, algumas coisas ainda são tão presentes que podem tomar outros rumos, melhores ou não, do que aquilo que tem chance de ser.
Eu não me lembro da menininha que eu ajudava quando eu era criança, mas acho que tempo que passamos juntas possa tê-la levado a se dar bem nos estudos e de alguma forma, esses estudos continuam. Também não me recordo de todas as minhas aulas de teatro, mas sem dúvida elas me conduziram ao que eu sou (ou não sou) hoje.
No meu primeiro ano, fiz um trabalho todo trash de filosofia e eu apresentei o pré-socrático Parmênides de Eléia (acho que é ele mesmo e espero que seja assim que se escreva seu nome). Na sua teoria, ele dizia que nada pode ser o que não é, pois se fosse algo que ele não fosse, ele então, não seria. Trazendo isso para a nossa botequim philosofie, darei um exemplo: “Fulaninho não era assim! Agora ele é blábláblá, cocóricó!”. Tem certeza de que Fulano não era assim? Nem ele saberia responder! Será que nosso olhar não se encontra tão banalizado, que não fomos capazes de notar as mudanças? Transformações ou revelações, melhor ainda, adaptações?
Voltando a conversa com o Victinho e depois disso tudo que eu escrevi eu só quero dizer que não existem problemas, o que existe é vida. E ela é triste e feliz, a vida é ela mesma. Hoje quando voltava para casa eu chorava involuntariamente. Havia muitos motivos, entre os concretos há o fato d’eu não ter conseguido fazer cartão do trem e estava convicta de que não tinha conseguido uma bolsa no curso.Tentava me segurar, mas todos nós temos o direito de chorar, não é? Uns dias a gente ri, em outros a gente chora e isso é “normal”. São duas formas de expressar emoções.

PS: há muitos e muitos poréns que são sou capaz de dar conta.
PPS: O Josteein tá me deixando pinel das idéias!
PPPS: Esse menininho não tem nada a ver com o post. Mas não lidinha a foto?

quinta-feira, 12 de março de 2009

O que eu poderia te dizer?

Menininha perdida
Quando estava bem
Tinha certeza de todos os segredos da vida
Mas logo via que não era a única a sofrer

Bonequinha cicatrizada
Que medo ela sentia de não ser amada
Que medo de falar! Medo!
Mas no outro dia, ela ainda estava viva

Tão cansada ela se sente por lembrar
Que outros sofrem e ela não sabe ajudar
Tão cansada por inventar problemas
Tão cega pelas suas ações automáticas

Pequena, menina, cansada
Por mais que ficasse calada ou falante
Ela jamais seguiria adiante
Se nada mais houvesse que se perguntar

sobre o poema: eu juro que tentei fazer mais rimas, mais métrica mas eu não resisti as minhas autocorreções ao transcrevê-lo do papel para a Web.

Que maravilha viver!
Enquanto estava estudando português (nunca achei tão divertido estudar para o vestibular) me ocorreu esse pensamento: é como se o mundo todo estivesse estudando para o vestibular! Não há jardim de infância tampouco segundo ano! Todos estão no terceiro ano desesperados por alcançar a faculdade! Acho até que meus pais deveriam fazer também...
Hoje tem sido um dia maravilhoso! Estou descobrindo um mundo maravilhoso e talvez isso se deva a minha viagem ao mundo da filosofia! Ao mundo dos livros!
Ou será também porque eu arrumei meu armário? Fico pensando em muitas coisas ao realizar tal tarefa.
Já está constatado que eu não sei dar um bom final para os meus textos. Será que as coisas já não são tão claras? Precisa de conclusão?!

OBS: Victor Raphael, a bebida púrpura está fazendo efeitos irreversíveis em minha pessoa!

Bjs!

domingo, 8 de março de 2009

Divã.

Comprei por esses dias um livro lindo, que procurava há tempos: Divã, de Martha Medeiros.
É gostoso de ler, o ritmo é viciante, é tudo tão vivo que você entra no mundo de Mercedes e através das palavras dela, você conhece cada pessoa, cada sentimento como se você fosse um pouco daquilo sobre o que ela fala.
Parei de se crítica, leiam o livro, é maravilhoso!
Agradeço aos que leram e comentaram no meu último post. Tem me ajudado a perceber o que eu escrevo a partir do que vocês interpretaram.
Cantar Margareth Menezes, Maysa e Ivete Sangalo e outros arrasta-pés tem surtido ótimos efeitos! Estou feliz, com vontade de estar apaixonada, com ânimo pra estudar e sem vontade alguma de comprar e comer compulsivamente. Bem, eu comi chocolate igual a uma alucinada, mas foi só. Livre, livre, livre!
Este é o cartaz do filme Divã, que vai estreiar em 17 de abril. Vai ser bom, vai ser bom, vai ser bom... Vamos esperar que sim!

"TO NA VIBE! TO NA VIBE!"

Muitos beijos! Ótimo domingo!