Hoje, enquanto almoçava, tocava no rádio Ana Carolina. A música era “O Avesso dos Ponteiros” e há uma parte assim: “aí começo a pensar que nada tem fim...” Letra de música não define nada, é a visão de um artista, mas eu fiquei refletindo sobre essa frase e pensei: “As coisas tem realmente um fim?”. A isso juntei mais duas coisas:
- cena de “Divã”: Mercedes diz ao ex-marido que o casal que eles foram um dia nunca vai deixar de ser.
- Marina em 2008: é ainda com enorme felicidade que eu lembro dos meus momentos com Mayra e Roberta. Não houve nenhuma ruptura tremenda, mas há de se considerar a distância e outras tantas atividades que cada uma foi se ocupar em separado.
Será que minha prolixidade está tão afinada, que estou dando essa volta toda para dizer que o que somos hoje é conseqüência do que nos aconteceu no passado? É por aí...
É como se cada coisa pudesse ser revivida, assim que nos lembramos dela. Tudo ainda é, porque de alguma forma nunca deixou e nunca vai deixar de existir. Só escolheu uma das inúmeras formas que poderia ter seguido. Eu acho um deboche quando vejo “The End” nos filmes! Essa é a maior mentira do cinema, porque quando eu acabo de ver o filme, vou falar, escrever, desenhar sobre o filme. Nada fica 100% no passado (infelizmente ou não), uma coisa pode ser considerada morta e enterrada, mas do nada pode voltar e trazer ou não, muita confusão. Ou não volta mesmo, nem vale a pena ser remexida por não ter mais nada a ver com a “realidade”. Afinal, algumas coisas ainda são tão presentes que podem tomar outros rumos, melhores ou não, do que aquilo que tem chance de ser.
Eu não me lembro da menininha que eu ajudava quando eu era criança, mas acho que tempo que passamos juntas possa tê-la levado a se dar bem nos estudos e de alguma forma, esses estudos continuam. Também não me recordo de todas as minhas aulas de teatro, mas sem dúvida elas me conduziram ao que eu sou (ou não sou) hoje.
No meu primeiro ano, fiz um trabalho todo trash de filosofia e eu apresentei o pré-socrático Parmênides de Eléia (acho que é ele mesmo e espero que seja assim que se escreva seu nome). Na sua teoria, ele dizia que nada pode ser o que não é, pois se fosse algo que ele não fosse, ele então, não seria. Trazendo isso para a nossa botequim philosofie, darei um exemplo: “Fulaninho não era assim! Agora ele é blábláblá, cocóricó!”. Tem certeza de que Fulano não era assim? Nem ele saberia responder! Será que nosso olhar não se encontra tão banalizado, que não fomos capazes de notar as mudanças? Transformações ou revelações, melhor ainda, adaptações?
Voltando a conversa com o Victinho e depois disso tudo que eu escrevi eu só quero dizer que não existem problemas, o que existe é vida. E ela é triste e feliz, a vida é ela mesma. Hoje quando voltava para casa eu chorava involuntariamente. Havia muitos motivos, entre os concretos há o fato d’eu não ter conseguido fazer cartão do trem e estava convicta de que não tinha conseguido uma bolsa no curso.Tentava me segurar, mas todos nós temos o direito de chorar, não é? Uns dias a gente ri, em outros a gente chora e isso é “normal”. São duas formas de expressar emoções.
PS: há muitos e muitos poréns que são sou capaz de dar conta.
PPS: O Josteein tá me deixando pinel das idéias!
PPS: O Josteein tá me deixando pinel das idéias!
PPPS: Esse menininho não tem nada a ver com o post. Mas não lidinha a foto?
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